sábado, 18 de abril de 2015

RD 350 1974 - Ajustando o ponto e carburadores

Depois de concluir a adaptação da ignição, parti para regulagem do ponto da maneira correta. Para isso, é precisei utilizar uma pistola estroboscópica (pistola de ponto) que possibilita verificar em que momento as centelhas ocorrem em relação a posição dos pistões.

Pistola de ponto
Para minha sorte, ganhei uma pistola dessas de aniversário...kkkkkkk...essa reforma está influenciando os amigos e a família. Todos me perguntam como está indo e a cada etapa é uma comemoração só.
O ponto de ignição é o momento em que as centelhas ocorrem e isso precisa acontecer um pouco antes do ponto morto superior do pistão (PMS). Isto é, o momento em que o pistão chega no ponto mais alto dentro do cilindro e começa a descer. Na RD 350 precisa ser a 2 mm antes do ponto superior.
Essa distância de 2 mm pode ser medida diretamente no volante do magneto fazendo alguns cálculos para converter essa distância em graus. Sabendo o tamanho do curso da biela e virabrequim é possível calcular. Outra maneira é utilizando um aparelho que é instalado no cilindro pelo buraco das velas. Ele mede a posição dos 2 mm e é possível ver no volante quantos graus ele girou.
Na RD esse angulo é de 15º, apesar de discordarmos no início, pois pensávamos ser de 6 º. Isso por que fizemos os cálculos errados.
Determinado o angulo, precisamos fazer uma fita graduada em graus e colar no volante do magneto. Para fazer essa fita, medi a circunferência do volante e calculei com uma regra de três. Marquei

Fita graduada
A graduação pode variar de -20 a 20 graus e, conforme a foto acima, marque o PMS na carcaça do motor e cole a fita com o zero alinhado com essa marcação.
Ligue a moto, a pistola e aponte para a fita. A marcação do PMS deverá ficar alinhado com a marcação de 15º da fita. Para alinhar, vc deve ir girando a mesa. No sentido horário, o ponto adianta e no anti-horário, atrasa. Dá um pouco de trabalho, por que é necessário remover o volante, mas logo vc pega o jeito.

Medindo o ponto
Não dá para ver nada na foto, mas acreditem que está alinhado com  15°.
Dei uma volta nela e ficou muito bom mesmo!!! Então, menos um problema.
Passei então a revisar os carburadores. O da esquerda ficava jogando gasolina pelo ladão e pela junta do filtro de ar. Além disso, estava agarrando o pistonete e ela ficava acelerada. Pensei que a boia estivesse furada e abri o carburador para verificar.
Logo percebi que o disco que segura a agulha dentro do pistonete estava torcendo e a agulha entrava torcida no gigleur. Ele foi feito pelo antigo dono com PVC e eu deixei nela pq não encontrei para comprar. Então, fui obrigado a fazer um disco desses com aquele pedaço de lada que comprei para fazer a bucha do virabrequim.






Depois de cortar e limar bastante ficou perfeito.
Com uma lixa fina e óleo desengripante, fiz um trabalho de limpeza na superfície e com uma chave de fenda limpei a ranhura do guia do pistonete. Parou de agarrar.
O caso do vazamento foi a o-ring da sede da agulha da boia. Ela afrouxou e escapou, a sede ficou solta dentro do carburador e a boia perdeu seu efeito.
Resolvido isso, dei outra volta e a moto está ótima.
Passei então a preparar para chegada o chicote, retificador, manetes e chave de luz que encomendei. Instalei o suporte da bateria e fixei o CDI no local onde estava o capacitor dos platinados que compunha a ignição original dessa moto.

Olha o CDI ali embaixo.



Depois, fui dar outra volta nela. Andei bastante até que percebi o velocímetro sem marcar nada. Olhei para o conduite e ele estava solto da roda. E, para piorar, o cabo havia caído de dentro do conduite. Nossa, tive o maior trabalho para comprar esse cabo e ele some!!!! Acreditem, deixei a moto em casa e sai procurando a pé pela rua. Encontrei ele no meio da rua a mais ou menos 1 Km de onde moro. kkkkk
Agora, enquanto as peças do sistema elétrico não chegam, vou terminar a reforma da capa lateral direita, do suporte das setas traseiras e das orelhas do farol.
Até o próximo blog.