sábado, 5 de julho de 2014

Como tudo começou.



Meu nome é Vladimir, ando de motocicletas desde os meus 11 anos de idade e estou reformando uma Yamaha RD 350 1974.
Minha primeira moto foi um ciclomotor azul da marca Puch, ano 1974. Ela havia pertencido ao meu irmão e passei a usá-lo assim que ele ganhou uma CG 125 em 1977. Em pouquíssimo tempo, passei a andar na CG também e então não parei mais. O hábito de andar de moto na minha família vinha do lado de meu pai. Ele, meus tios e avô andaram de moto.
Nessa época a variedade de motocicletas era enorme. Entre os ciclomotores existiam a Puch, Italia 1, Garelli, Graziella, Mobilete e Ciao. Já entre as motos haviam as Hondas CB 125 um e dois cilindros twin, Suzuki 50, Honda CB 360, Suzuki GT 185 e 550, Yamaha RD 50 e Honda CB 50. Isso entre minha roda de conhecidos que freqüentavam minha casa. Eram colegas de meu irmão que apareciam por lá e, de vez em quando, pediam para meu pai ajudar a resolver os problemas que essas motos apresentavam. Pois é, minha casa parecia uma oficina e juntavam até 10 motos em determinadas ocasiões.
Entre as que eu via pelas ruas, haviam as Hondas CB 750 (7 Galo), CB 550, CB 400 four, CB 200, CB 350, CB 900, Yamahas RD 50, 75, 100, 125, 350, Yamaha TX 600, Suzuki GT 380 e por ai vai.
Se alguém de Cachoeiro ler esse relato, vai identificar os proprietários facilmente! Isso, eu morava em Cachoeiro de Itapemirim, uma pequena cidade do interior do Espírito Santo, mais conhecida como a terra do Roberto Carlos e onde havia toda essa variedade de motocicletas. Por isso, costumo dizer que o período entre 1977 e 1990 foi a “era das trevas” e quem começou a ter contato com motos nessa época não sabe o que é bom. Enquanto os colegas do meu irmão possuíam motos totalmente diferentes umas das outras, os meus colegas e eu tínhamos CGs 77 azuis e vermelhas, 78 azuis e amarelas, Turuna OHC vermelha, ML preta...uma tristeza. Só mudava a cor...hum, fazendo justiça...a única mudança significativa era o câmbio de 5 marchas a partir de 78. Nem a Turuna era uma grande novidade, visto que o motor 125 OHC era da velha CB 125.
De qualquer maneira, era muito divertido. Passávamos o dia inteiro andando ou consertando as motos, fazendo pequenas viagens sem capacete e habilitação pelas redondezas de Cachoeiro.
Outra aventura era ir para Marataizes, ou íamos pela estrada do frade, pegávamos a BR 101 e seguimos pela estrada feita sobre o leito da antiga linha de trem, ou saiamos de madrugada e passávamos pelo posto da PRF da Safra escondido. Na primeira vez que fiz isso, suava tanto que a lente do capacete ficou toda embassada e não dava para enxergar nada.
Meu irmão contou que certa vez gastou um tanque da Puch em um dia andando em Marataizes. Isso quer dizer que ele andou 80 Km em uma cidade que tinha na época uns 8 Km de comprimento (Praia da Colonia até o Xodó) e uns 2 Km de largura.


Por isso comecei a procurar uma moto ícone dessa época. Algo que dispensasse explicações. Bem, pensei logo na RD 350 e comecei a procurar, mas logo percebi que seria difícil. Ou as motos estavam acabadas demais ou reformadas custando muito dinheiro. Passei para CB 750 e a situação era pior, só haviam motos perfeitas e caras. Bem, uma moto interessante era a CB 400 four. Rara, bonita e com um motor que produzia um belo “ronco”. Mas estava difícil...até que um colega de trabalho indicou uma Yamaha RD 350 1974 que estava no interior de Minas a 600 Km de onde moro, Vila Velha. Vi as fotos, fiz algumas pesquisas e fechei o negócio.
Minha intenção não é tornar essa moto tal e qual ela era quando nova e conseguir placa preta. Minha idéia é fazer uma personalização de época colocando banco rabeta, guidão Tomazelli, pedaleiras recuadas, descargas contra funil, manter a cor declarada nos documentos (Preto) e deixar o motor em alumínio polido. Tudo isso, aproveitando as peças originais que estão nela. Além disso, contar como será essa reforma e relembrar um pouco do passado contando minhas aventuras e das pessoas com quem convivi.
Quando falo da recuperação, lembro como fazíamos para substituir os cabos de acelerador das Puch´s. Não havia o cabo pronto para comprar, então comprávamos cabo de freio de bicicleta e íamos até um mecânico (gente boa) que ficava na Bernardo Horta, antes de atravessar a ponte para ilha da luz. Ele fazia a ponta do cabo com solda e o cabo estava pronto.



3 comentários:

  1. Gilson, estou finalizando a 1ª fase da reforma. Isto é, consegui fazer a adaptação da ignição com CDI de DT e bobina de CB 400 funcionar. Ela está andando muito bem e falta testar na estrada. A transferência para meu nome deve sair até semana que vem. Vamos dizer assim, em agosto a documentação está OK.
    Estou concluindo a parte elétrica e penso levá-la pra estrada em agosto também. Vai ter uma exposição de motos 2T em setembro numa cidade aqui perto (80Km) e vou levá-la andando.
    A 2ª fase será abrir o motor e ai coloco a ignição da RD LC nela!!
    Desculpe ter sumido...um abraço.
    Vladimir

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  2. Gilson, estou finalizando a 1ª fase da reforma. Isto é, consegui fazer a adaptação da ignição com CDI de DT e bobina de CB 400 funcionar. Ela está andando muito bem e falta testar na estrada. A transferência para meu nome deve sair até semana que vem. Vamos dizer assim, em agosto a documentação está OK.
    Estou concluindo a parte elétrica e penso levá-la pra estrada em agosto também. Vai ter uma exposição de motos 2T em setembro numa cidade aqui perto (80Km) e vou levá-la andando.
    A 2ª fase será abrir o motor e ai coloco a ignição da RD LC nela!!
    Desculpe ter sumido...um abraço.
    Vladimir

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